segunda-feira, março 21, 2011

Dia Mundial da Água


Dia Mundial da Água. Legal, e daí?

Água é insumo crucial, suplanta atividades das mais cruciais desde agricultura, passando por higiene e alimentação. Isso é discurso feito, batido. Mas nem assim pode ser considerado aplicável com a necessária ênfase pelo consumidor padrão, ou pelos governos. Água não surge como prioridade na mídia, muito menos nos debates públicos pelo poder.

2012 será o ano em que milhares de interessados se aglutinarão em Marselha para debater tratamento e acesso à água. Água, por que não um direito humano?

Nada de idílios acerca de H2O e outros recursos. A preservação, gestão e distribuição de tais é assunto de subsistência material da mais básica estirpe. Não se trata de "salvar" os rios, baleias biodiversidade ou o que for simplesmente pela riqueza natural, mas pela essencialidade de tais fatores para a existência de uma civilização humana cada vez mais abundante.

São cidades-monstro que se expandem de forma insana, sem espaço ou recursos para abarcar tamanha massa humana. Efeitos colaterais do crescimento e "desenvolvimento". Urbanização descontrolada, saturação de transportes, especulação imobiliária. Uma incomodante luta por espaço. São Paulo já conta com 11 milhões de indivíduos com crescente poder de compra (e portanto de consumo). Por enquanto, sem crises de abastecimento de água. Mas como lidaremos quando aquele líquido transparente que desce da torneira chegar última gota. Coisas para se pensar...

Feliz Dia Mundial da Água.

terça-feira, março 08, 2011

Ciclo reverso

"A empresa Cidadão Eco faz a logística reversa do lixo eletrônico que está na sua casa. O serviço de coleta é gratuito e garante que a sucata não acabe em aterros sanitários."


Por Marina Franco - Planeta Sustentável - 04/03/2011

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Cycloclean, a purificadora de água.

Yoshikazu Tsuno - AFP
A engenhosidade nipônica mostra ao mundo mais uma cria; uma bicicleta que purifica água. Trata-se de um equipamento a ser acoplado na parte de trás do velocípede que, com a energia dispendida nas pedalas, alimenta o purificador. A Cycloclean produz até cinco litros de água pura em 1minuto. Uma invenção compatível com regiões que empregam massivamente a bicicleta como meio de transporte ou que sofrem com isolamento, falta de infra-estrutura e desastres.
Mais um motivo para se adotar de vez as magrelas...

Fonte; Folha.com - Ambiente

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Soccket, uma bola "sustentável".

Que bela invenção; uma bola de futebol que, ao rolar, acumula energia. Quinze minutos de jogo permitem acender uma lâmpada LED por 3 horas. Um artefato muito útil para regiões carentes que têm o futebol como um de suas bases esportivas e não possuem acesso a eletricidade.

Um detalhe interessante; a bola foi desenvolvida por quatro engenheiras de Harvard. É, elas também entendem de futebol.
Fonte; Greenpeace

Para quem quiser se informar mais, aqui está o site do projeto da "eco-bola". http://www.soccket.com/
Aproveito para citar uma iniciativa correlata; em Roterdã, na Holanda, o Clube Watt possui uma pista de dança "ecológica". Uma pista com plantas ao ar livre? Não, simplesmente um sistema mecânico que absorve a energia por um sistema de dínamos e reverte esse movimento em eletricidade para a própria balada. A economia em energia gira em torno de 30%.

Agora pensando... por que não algo similar em nossos estádios de futebol? Um ótimo medidor para aqueles que gostam de comparar animação de torcida...

sábado, dezembro 11, 2010

A COP-16 chega ao seu fim!

A Conferência de Cancun sobre o clima terminou ontem à noite.
Após dias travados de negociação, duas resoluções centrais; uma já esperada e outra mais "nova".


FUTURO DO PROTOCOLO DE KYOTO

- Convoca os países desenvolvidos a discutir uma nova fase de compromissos de redução de emissões sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira fase expira no final de 2012, "para garantir que não ocorra um hiato" entre os dois períodos.

Não requer, por enquanto, que as nações assinem compromissos para o período posterior a 2012. Japão liderou a oposição à prolongação do Protocolo, alegando que é injusto porque não inclui os dois maiores emissores: Estados Unidos (porque não o ratificou) e China (por ser um país em desenvolvimento).

AJUDA PARA OS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

- Cria uma nova instituição, o Fundo Verde, para administrar a ajuda financeira dos países ricos aos mais pobres.

Até agora, União Europeia, Japão e Estados Unidos prometeram contribuições que devem chegar a US$ 100 bilhões anuais em 2020, além de uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões.

- Convida o Banco Mundial a servir como tesoureiro interino do Fundo Verde Climático por três anos.

- Estabelece um conselho de 24 membros para dirigir o Fundo, com igualdade de representação de países desenvolvidos e em desenvolvimento, junto com representantes dos pequenos Estados insulares, mais ameaçados pelo aquecimento.

- Cria um centro de tecnologia climática e uma rede para ajudar a distribuir o conhecimento tecnológico aos países em desenvolvimento, com o objetivo de limitar as emissões e se adaptar aos impactos das alterações climáticas.

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Delivery a zero carbono!!!


Que bela opção para dar uma aliviada nas filas de motoboys..

Entregas expressas de bicicleta!!!


Sem queimar combustível e sem fazer barulho.
Só falta a ciclovia.

Confira o Site.

segunda-feira, novembro 29, 2010

ENTREVISTA com JOHN MALIN

Por Ivan Nisida
Entrevista concedida ao Blog Sementee via Skype. 20-11-10



O professor John Malin é representante da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) e o presidente do Comitê Gestor do Ano Internacional da Química no Brasil.

Como especialista em Química, qual sua opinião sobre a importância da biodiversidade?

Em minha opinião, [a biodiversidade] é muito importante. Ela é necessária para a sobrevivência de todos. Sempre há espécies que podem não parecer muito importante e em um momento específico podem se revelar cruciais. E se nós permitirmos que nossa agricultura se torne monocultural, algumas doenças podem surgir e varrer plantações de trigo, por exemplo. Nesse caso, estaríamos com um grande problema.

Existe uma relação muito próxima entre Química e biodiversidade...

Eu acredito que isso é verdade, pois a Química é base da agricultura e da Biologia.

E como a química pode ajudar a forjar um “mundo sustentável”?

Se olharmos um mundo em que hoje a população é cerca de seis bilhões, em 2030, serão provavelmente por volta de oito bilhões. Se quisermos ter um mundo sustentável, temos que descobrir como fazer as coisas de forma inteligente e usar nossos recursos da forma mais cuidadosa. Caso contrário, se perdermos essa oportunidade, teremos grandes problemas mais para frente.
A maioria dos processos industriais, manufatureiros e agrícolas, assim como aqueles relacionados a alimento, materiais, energia encontram sua base na Química. Assim, precisamos saber o que pode e o que não pode ser feito, e a Química nos auxiliar a descobrir.

Mais especificamente, em cidades gigantes como São Paulo, que tipo de medidas seriam efetivas para combater problemas urbanos como poluição?

Eu vivi em São Paulo por três anos (…). Eu trabalhava na USP e eu me lembro dos ônibus que passavam perto do apartamento, e como tínhamos que limpar o apartamento com bastante cuidado toda semana por causa da sujeira nas janelas. Eles são muito importantes para o transporte, mas acho o que poderia ser feito com automóveis e o tráfego é assegurar que todos os motores funcionem de forma eficiente.
Mas tantas outras coisas podem ser feitas no ambiente urbano (…) como manter a água segura porque, sem ela, as bactérias se proliferam e pessoas adoecem. (…). E o que eu me lembro de São Paulo é que havia um bom trabalho, pois a água estava geralmente em estado seguro.

Em casos como o do Rio Tietê, há algum método eficiente para limpá-lo?

Definitivamente sim. (…) é possível ter uma rede de tratamentos de esgoto tão bom que a água que sai das estações possa ser bebidas. Mas ela precisa ser operada corretamente, além de receber manutenção e regulação apropriadas. E precisa ser grande o suficiente para lidar com a quantidade de poluição e esgoto. E tudo isso custa dinheiro, requerendo um orçamento suficiente para suportar o ônus. (...) Existe também o problema geral ao público que não tem acesso e precisam [dessa água tratada]. Isso é um problema econômico e governamental. As pessoas sabem e fazem o melhor, mas não é fácil.

Agora falando sobre recursos, qual o maior desafio para preservá-los para gerações futuras?

O maior desafio é a população que cresce continuamente. E não importa o que você faz, por exemplo, aumentar qualidade de vida, geralmente isso tende a aumentar ainda mais a população a um ponto que a própria qualidade não existe mais.
Em relação à biodiversidade, o problema é a perda de habitat, onde os mais diversos organismos se desenvolvem acabam sendo empregados para a agricultura, o que é positivo, pois as pessoas precisam comer. Mas se você levar a um limite absoluto, a biodiversidade sofrerá.

Em 2011, teremos o Ano Internacional da Química. Quais as suas expectativas?

O que queremos fazer como o Ano Internacional da Química é incrementar a consciência do público sobre a própria Química, (…) essencial para prover soluções aos problemas que a sociedade enfrenta. Além disso, tencionamos energizar os químicos, para assegurar que eles entendam que sua profissão é altamente relevante. (…) Às vezes eles não tem muitas certeza de qual é o resultado último de sua atividade. Creio que é importante que eles tenham orgulho e estejam cientes que seu trabalho se insere na estrutura geral da sociedade.
Outra meta consiste em fazer com que legisladores, líderes e economistas entendam a importância para a Economia em geral. Eu ouvi dizer na National Academy of Sciences, nos Estados Unidos, que cerca de 55% da Economia está relacionada à Química; indústria automobilística, energética, médica, agricultura... (…) Nossa expectativa é que até o final do ano em diante, as pessoas estarão mais cientes da contribuição da Química.

Temos algum exemplo recente de como a Química ajudou a criar inovações sustentáveis?

Certamente na agricultura, no que se refere ao desenvolvimento de novas espécies, e isso tem a ver com biodiversidade, além do uso de fertilizantes. (…) E agora se tenta fazer isso de uma maneira que a água não seja poluída. (…) E uma tarefa do químico é transmitir ao fazendeiro a usar apenas o suficiente, manter limitado (o emprego de fertilizantes). (…) No Ano Internacional da Química, teremos um experimento de Química mundial para estudantes, em que eles irão ter experiências medindo acidez, salinidade e aprender a purificar água. Exemplos como esse ajudaria a trazer uma consciência ao público a assuntos científicos.

Como presidente da CHEMWRAN (, quais seriam as maiores necessidades mundiais que a Química está tentando preencher?

Eu ouvi recentemente uma conversa muito interessante de um homem da Exxon Mobile e ele falava sobre as carências energéticas entre o presente e 2030 e de onde essa energia virá. Acho que a Química tem um papel enorme em desvendar isso, pois a energia virá majoritariamente nesse período de fontes queimáveis (…). Serão processos combustíveis, como no caso do etanol, carvão e petróleo. Precisamos de mais entendimento como neutralizar essas tendências pro exemplo utilizando células de combustível ao invés de motores de combustão interna. E é preciso de químicos para desenvolver os catalisadores que as fazem agir. .

Quais as maiores mudanças que podem ser feitas nas indústrias químicas para se produzir de forma sustentável?

Existe um movimento de abrangência global rumo à chamada Química Verde que está mostrar que economicamente a melhor opção é operar em um “modo verde”. Dou um exemplo; quando eu era garoto, a maioria das tintas disponíveis era feitas à base de solventes orgânicos. Você podia sentir o cheiro deles, eles evaporavam em quartos pintados. Hoje em dia, a maioria dos solventes é composta a base de água, sem perigo. (…) as empresas buscam e querem esse tipo de processo, pois elas economizam, e só se é competitivo se você produz da forma mais barata. Há igualmente uma necessidade dos governos deixaram o ambiente de competição igual para indústrias.