segunda-feira, novembro 29, 2010

ENTREVISTA com JOHN MALIN

Por Ivan Nisida
Entrevista concedida ao Blog Sementee via Skype. 20-11-10



O professor John Malin é representante da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) e o presidente do Comitê Gestor do Ano Internacional da Química no Brasil.

Como especialista em Química, qual sua opinião sobre a importância da biodiversidade?

Em minha opinião, [a biodiversidade] é muito importante. Ela é necessária para a sobrevivência de todos. Sempre há espécies que podem não parecer muito importante e em um momento específico podem se revelar cruciais. E se nós permitirmos que nossa agricultura se torne monocultural, algumas doenças podem surgir e varrer plantações de trigo, por exemplo. Nesse caso, estaríamos com um grande problema.

Existe uma relação muito próxima entre Química e biodiversidade...

Eu acredito que isso é verdade, pois a Química é base da agricultura e da Biologia.

E como a química pode ajudar a forjar um “mundo sustentável”?

Se olharmos um mundo em que hoje a população é cerca de seis bilhões, em 2030, serão provavelmente por volta de oito bilhões. Se quisermos ter um mundo sustentável, temos que descobrir como fazer as coisas de forma inteligente e usar nossos recursos da forma mais cuidadosa. Caso contrário, se perdermos essa oportunidade, teremos grandes problemas mais para frente.
A maioria dos processos industriais, manufatureiros e agrícolas, assim como aqueles relacionados a alimento, materiais, energia encontram sua base na Química. Assim, precisamos saber o que pode e o que não pode ser feito, e a Química nos auxiliar a descobrir.

Mais especificamente, em cidades gigantes como São Paulo, que tipo de medidas seriam efetivas para combater problemas urbanos como poluição?

Eu vivi em São Paulo por três anos (…). Eu trabalhava na USP e eu me lembro dos ônibus que passavam perto do apartamento, e como tínhamos que limpar o apartamento com bastante cuidado toda semana por causa da sujeira nas janelas. Eles são muito importantes para o transporte, mas acho o que poderia ser feito com automóveis e o tráfego é assegurar que todos os motores funcionem de forma eficiente.
Mas tantas outras coisas podem ser feitas no ambiente urbano (…) como manter a água segura porque, sem ela, as bactérias se proliferam e pessoas adoecem. (…). E o que eu me lembro de São Paulo é que havia um bom trabalho, pois a água estava geralmente em estado seguro.

Em casos como o do Rio Tietê, há algum método eficiente para limpá-lo?

Definitivamente sim. (…) é possível ter uma rede de tratamentos de esgoto tão bom que a água que sai das estações possa ser bebidas. Mas ela precisa ser operada corretamente, além de receber manutenção e regulação apropriadas. E precisa ser grande o suficiente para lidar com a quantidade de poluição e esgoto. E tudo isso custa dinheiro, requerendo um orçamento suficiente para suportar o ônus. (...) Existe também o problema geral ao público que não tem acesso e precisam [dessa água tratada]. Isso é um problema econômico e governamental. As pessoas sabem e fazem o melhor, mas não é fácil.

Agora falando sobre recursos, qual o maior desafio para preservá-los para gerações futuras?

O maior desafio é a população que cresce continuamente. E não importa o que você faz, por exemplo, aumentar qualidade de vida, geralmente isso tende a aumentar ainda mais a população a um ponto que a própria qualidade não existe mais.
Em relação à biodiversidade, o problema é a perda de habitat, onde os mais diversos organismos se desenvolvem acabam sendo empregados para a agricultura, o que é positivo, pois as pessoas precisam comer. Mas se você levar a um limite absoluto, a biodiversidade sofrerá.

Em 2011, teremos o Ano Internacional da Química. Quais as suas expectativas?

O que queremos fazer como o Ano Internacional da Química é incrementar a consciência do público sobre a própria Química, (…) essencial para prover soluções aos problemas que a sociedade enfrenta. Além disso, tencionamos energizar os químicos, para assegurar que eles entendam que sua profissão é altamente relevante. (…) Às vezes eles não tem muitas certeza de qual é o resultado último de sua atividade. Creio que é importante que eles tenham orgulho e estejam cientes que seu trabalho se insere na estrutura geral da sociedade.
Outra meta consiste em fazer com que legisladores, líderes e economistas entendam a importância para a Economia em geral. Eu ouvi dizer na National Academy of Sciences, nos Estados Unidos, que cerca de 55% da Economia está relacionada à Química; indústria automobilística, energética, médica, agricultura... (…) Nossa expectativa é que até o final do ano em diante, as pessoas estarão mais cientes da contribuição da Química.

Temos algum exemplo recente de como a Química ajudou a criar inovações sustentáveis?

Certamente na agricultura, no que se refere ao desenvolvimento de novas espécies, e isso tem a ver com biodiversidade, além do uso de fertilizantes. (…) E agora se tenta fazer isso de uma maneira que a água não seja poluída. (…) E uma tarefa do químico é transmitir ao fazendeiro a usar apenas o suficiente, manter limitado (o emprego de fertilizantes). (…) No Ano Internacional da Química, teremos um experimento de Química mundial para estudantes, em que eles irão ter experiências medindo acidez, salinidade e aprender a purificar água. Exemplos como esse ajudaria a trazer uma consciência ao público a assuntos científicos.

Como presidente da CHEMWRAN (, quais seriam as maiores necessidades mundiais que a Química está tentando preencher?

Eu ouvi recentemente uma conversa muito interessante de um homem da Exxon Mobile e ele falava sobre as carências energéticas entre o presente e 2030 e de onde essa energia virá. Acho que a Química tem um papel enorme em desvendar isso, pois a energia virá majoritariamente nesse período de fontes queimáveis (…). Serão processos combustíveis, como no caso do etanol, carvão e petróleo. Precisamos de mais entendimento como neutralizar essas tendências pro exemplo utilizando células de combustível ao invés de motores de combustão interna. E é preciso de químicos para desenvolver os catalisadores que as fazem agir. .

Quais as maiores mudanças que podem ser feitas nas indústrias químicas para se produzir de forma sustentável?

Existe um movimento de abrangência global rumo à chamada Química Verde que está mostrar que economicamente a melhor opção é operar em um “modo verde”. Dou um exemplo; quando eu era garoto, a maioria das tintas disponíveis era feitas à base de solventes orgânicos. Você podia sentir o cheiro deles, eles evaporavam em quartos pintados. Hoje em dia, a maioria dos solventes é composta a base de água, sem perigo. (…) as empresas buscam e querem esse tipo de processo, pois elas economizam, e só se é competitivo se você produz da forma mais barata. Há igualmente uma necessidade dos governos deixaram o ambiente de competição igual para indústrias.

Um comentário:

  1. Prezados Cidadãos Brasileiros,

    A Equipe BR do AGUAPÉ tem a expor o que segue.

    O AGUAPÉ é a Matéria Prima do PRESENTE (1) & FUTURO (2) de Baixo Custo, Promovedor da DESPOLUIÇÃO das ÁGUAS, Preservador do Meio Ambiente & Biodiversidade e FORTE promover do Desenvolvimento SOCIAL & Econômico do BRASIL, de FATO, SUTENTÁVEL, capaz de gerar muitos Milhões de Empregos DÍGNOS para a Sociedade Brasileira que são FUNDAMENTAIS para REDUÇÃO dos atual Nível da CRIMINALIDADE.

    (1) A CHINA já utiliza o AGUAPÉ em Boa Escala para atender a demanda na Produção de Papel, BioEnergia e Agropecuária ORGÂNICA.

    (2) O BRASIL tem todos os REQUISITOS para Implementar a Produção & Industrialização do AGUAPÉ em Mega Escala e promover um Avanço FANTÁSTICO na Área da Química AGUAPÉ.

    Com ÉTICA & Soma de Esforços (UNIÃO) poderemos levar o BRASIL & Sociedade Brasileira a se tornar EXEMPLO para toda HUMANIDADE – NÃO se trata de UTOPIA.

    Um Abraço Fraterno aos Interessados pelo AGUAPÉ,

    MISSAO TANIZAKI
    Servidor Público Federal
    Bacharel em Química
    missao.tanizaki@gmail.com
    Equipe BR do AGUAPÉ
    TUDO POR UM BRASIL & MUNDO MELHOR

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